sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Exame final


Há pelo menos duas motivações relacionadas ao exame final. A primeira é obviamente dar uma oportunidade de recuperação aos/às estudantes que não atingiram sete de média no agregado dos quatro bimestres. Pelo que entendo, a nota que tirarem no exame final é somada à do agregado dos quatro bimestres e esta soma é então dividida por dois. Se o resultado for igual ou superior a seis, vocês são aprovados/as na disciplina. Para maiores informações, verifiquem o “Manual do Aluno”, disponível no site da faculdade.

A segunda motivação diz respeito à oportunidade que lhes é oferecida de aprofundar o conhecimento específico dessa matéria, num período especial, em que colocam novo alento e têm tempo para canalizar mais esforços no conteúdo abordado. Para o exame final, a expectativa é então que consigam dedicar-se e a expectativa dessa dedicação é base do que será cobrado.

Nessa consideração, o exame é parte corrente do processo de avaliação na Faculdade Cásper Líbero.

O exame final da disciplina de Ciência Política no curso de RTVI cobre o material visto durante o ano letivo de 2016. Haverá: quatro perguntas teóricas, todas relacionadas aos textos vistos em aula e listados abaixo; duas análises de dados relacionadas à política -- de acordo com o nível do material abordado nos segundo e terceiro bimestres; e quatro questões sobre artigos recentes de política, baseadas em leituras novas.

Os textos já vistos em sala de aula que caem na prova são:

* Marx, Karl; Engels, Friedrich. "Burgueses e proletários”, Manifesto Comunista (Boitempo, 1998), p. 41-51.
* Przeworski, Adam. "A social-democracia como fenômeno histórico". Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 15, 1988, p. 41-64.
* Therborn, Göran. "Os campos de extermínio da desigualdade." Novos estudos-CEBRAP 87 (2010): 145-156.
* Singer, André. "Raízes sociais e ideológicas do lulismo." Novos estudos-CEBRAP 85 (2009): 83-102.

Os textos podem ser recuperados a partir do blog do curso: http://cienciapoliticaparartv.blogspot.com.br/ . Se algum material estiver indisponível, avise-me por favor o quanto antes; é responsabilidade do/a estudante conseguir acesso aos textos e avisar-me se não estiverem mais disponíveis no blog.

Os textos recentes de política na mídia são:
-- Antunes, Ricardo. "A devastação do trabalho na contrarrevolução de Temer" Le Monde Diplomatique. Disponível em: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=2182
-- Barros, Celso. "O giro do PSDB no espectro político e o deslocamento do PT" Folha de S.Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/09/1680458-o-giro-do-psdb-no-espectro-politico-e-o-deslocamento-do-pt.shtml
-- Braga, Ruy. "Contornos do pós-lulismo." CULT. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2015/10/contornos-do-pos-lulismo/
-- Bucci, Eugênio. "O que dizer agora?" Estado de S.Paulo. Disponível em: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-que-dizer-agora,1738956
-- Martins, José de Souza. "Rótulo em branco: a esquerda não tem tentado traduzir em teoria a realidade do País, diz sociólogo" Estado de São Paulo. Disponível em: http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,rotulo-em-branco-a-esquerda-nao-tem-tentado-traduzir-em-teoria-a-realidade-do-pais-diz-sociologo,10000090744
-- Soares, Luiz Eduardo. "Esquerda deve aliar projeto libertário a enfrentamento de desigualdades" Folha de S.Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/11/1835782-esquerda-deve-aliar-projeto-libertario-a-enfrentamento-de-desigualdades.shtml

A princípio todas as questões serão de múltipla escolha, menos duas. Cada questão terá o mesmo valor: um ponto. A prova será individual e sem consulta, no dia previsto para o exame. 

A melhor estratégia de estudo é fazer bons fichamentos dos argumentos principais dos autores. Recomendo a formação de grupos de estudo. As questões seguirão o estilo com o qual trabalhamos no decorrer do ano.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Banca de TCC no horário da aula do noturno

Pessoal,
Por uma confusão no agendamento de bancas, fui confirmado numa banca no nosso horário de aula, na terça à noite. Vou postar as notas logo mais e, para quem quiser falar comigo, estarei na sala dos professores no intervalo. Não haverá chamada.
Desculpem o aviso em cima da hora.
João

domingo, 13 de novembro de 2016

Slides que faltavam

Seguem os slides que faltavam.

Determinantes contemporâneos do voto

A organização do Estado

Mudança de prazos para prova e trabalhos

Oi, pessoal,

Primeiramente, quero agradecer formalmente agradecer as mensagens carinhosas que recebi nesse período difícil para mim. Fizeram com que eu me sentisse mais forte, por mais que, confesso, tenha perdido o chão por vários dias. Obrigado.

Em segundo, desculpem a confusão nesse fim de bimestre com as avaliações. Olhei agora o calendário e o melhor parece-me:

* dia 16/11: reunião dos grupos de trabalho
* dia 22/11: prova do 3RTVC + entrega do trabalho final
* dia 23/11: prova do 3RTVA + entrega do trabalho final

Na prova, só cairão perguntas sobre os textos de Max Weber e André Singer. Não haverá perguntas sobre o texto de Bresser-Pereira.

Por favor, avisem se tiverem alguma dúvida. Recebi quase 200 emails no período em que estive de licença, então estou pouco a pouco tentando recolocar nossa trajetória acadêmica em ordem.

Abraços,

João Alexandre

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Vídeos realizados -- importante para a continuidade do trabalho

Para facilitar a segunda parte do trabalho, torno disponíveis os vídeos realizados por cada grupo. Bom trabalho!

Vejam se está tudo certo, por favor.

Grupo 1: André Marçal Maklouf Carvalho, Thais Berlini, Giovana Cantelli, Raquel Loreto, Stepahnie Berardi Baccarin.
Texto: A espetacularização política brasileira: uma análise dos políticos midiáticos eleitos para o Congresso Nacional 2015-2019, Deysi Cioccari, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=SEfT01Mc1sc&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 6

Grupo 2: Maria Beatriz Maringoli da Costa, Enrico Verta, Glaucia Cintra, Bruno Atulim Sanches Garcia, Maria Luiza Freitas da Silva.
Texto: Ética como morada do jornalismo político, Neuma Augusta Dantas e Silva, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=MeF7sjbXVVY&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 5

Grupo 3: Pedro Fuoco Andrade, Camilla Napolitano, Letícia Pontes de Souza, Ariela Lopes, Peterson Augusto e Silva.
Texto: A liberdade de imprensa na era cibernética e no pós-modernismo, Antonio Rulli Neto, David de Oliveira Rufato, Emerson Marcelo da Silva e Renato Asamura Azevedo, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=Q6Vx0Kx-oWU&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 4

Grupo 4: Leonardo Aiello, Tácia Risério Herstig, Bruna Eliza Balthazar Barros, Ana Paula Módulo da Cunha, Beatriz Vecchi, Matheus Suman.
Texto: Democracia, exercício profissional e jornalismo latino-americano, Sergio Ricardo Quiroga Macleimont, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=9b8vEBtiVd8
Grupo a ser avaliado: 3

Grupo 5: Amanda Penida Carvalho, Renata Vernareccia, José Humberto Michilis Junior, Ana Luísa Zamboni Gobbi, Lucas Gabriel Nascimento Gomes, Martha Assumpção Vieira de Almeida Souza.
Texto: Recepção e eleições: como jovens eleitores percebem o debate entre os candidatos à presidência, Flavia Moreira Mota e Mota, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=Fp1K6Qi6V9Y
Grupo a ser avaliado: 2

Grupo 6: Luiz Hirschmann, Paulo César Vita, Karla Galvão de Oliveira, Laís Souza Lima Santos Silva, Marina Pereira Arena, Mayara de Aguiar Silva.
Texto: Neutralidade na rede e princípios da ordem econômica na Constituição Federal de 1988, Emerson Marcelo da Silva, Marco Antonio Barbosa e Renato Asamura Azevedo, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=IO8_N8TJzh0&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 1

3RTC

Grupo 7: DAFINNY LOGRADO COSTA, Danilo Carvalho de Toledo Piza, LETICIA ESPINDOLA, Gabriel Côrte, GABRIEL HENRIQUE GOLIM, GABRIELA HENRIQUES.
Texto: Banda Larga no Brasil, o papel do Estado e possibilidades de crescimento econômico e desenvolvimento humano, Renato Rovai, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=9xIE9JHqY2AGrupo a ser avaliado: 12

Grupo 8: GUSTAVO QUEIROZ PEREIRA DE SOUZA, Caio Vinicius Guedes do Nascimento, Lucas Domizio Domingues, BRUNA DEFINE, Laís Vieira Sobrinho, VIVIANE ALVAREZ MATEUS.
Texto: Redes sociais, mulheres e corpo: um estudo da linguagem fitness na rede social Instagram, Helena Jacob, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=J3lPDek9N5Q&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 11

Grupo 9: LUCAS TAVARES BRITO SANTOS, Victoria Helena Deieno, MARIA BEATRIZ DOMINGOS LEANDRO, Beatriz Falcão de Oliveira, Mariana Kunst Zanzini, LUCAS FARIAS FEDEL.
Texto: Do direito individual a uma questão de saúde pública: a voz da imprensa feminista sobre o aborto nos anos 1980, Aline Roes Dalmolin, 
Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=DhQADx94MrI&app=desktop
Grupo a ser avaliado: 10

Grupo 10: MIRIAM PEREIRA MORALES, Mathias Toth Piller, BIATRIZ S. SOUZA, RENATA RODRIGUES ROMÃO, Nicole Garrido Bezerra, LIGIA ESTANCIONE, Marcellus Fonseca Cataneo.
Texto: Mulher, cabelo e mídia, Bianca Santana, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=5ODDtuY3MhA&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 9

Grupo 11: Bruno Michel Vasconcellos de Andrade, MARA ALONSO, Clara Nonato, MARCELA BRUM DE SOUZA ROMAN, POLYANA LIMA, Giovanna Ignacio Quarterone.
Texto: Literatura e resistência: a palavra armada zapatista, Alexander Hilsenbeck Filho, Communicare
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=lHfXS5dQQOI&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 8

Grupo 12: Leandro Sanches Mezzarano, Lucas Matheus Crizza, GUSTAVO DIAS, LUIS FELIPE FOGAGNOLO ARATO, Victoria Schnoor Cancio, GABRIELLE JEZERNICKY.
Texto: A comunicação democrática, uma utopia real, João Alexandre Peschanski e Renato Moraes, Communicare.
Filme: https://www.youtube.com/watch?v=FqVpFMSScqY&feature=youtu.be
Grupo a ser avaliado: 7

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Prova adiada / comunicação falha

Queridas e queridos estudantes,

Por conta de um grave assunto familiar, estou de licença nesta semana.
A prova está evidentemente adiada em uma semana.

Não estou lendo emails, assim peço desculpas àquelas/es que pediram e não receberam resposta.

Aos poucos, vou retomando o fio de nossas atividades.

Obrigado pela compreensão.

João Alexandre

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Novo link

Oi, pessoal, segue novo link para o texto de Luiz Carlos Bresser-Pereira. O link do plano de aula deixou de funcionar, por algum motivo.

A organização do Estado
Texto obrigatório:
* Bresser-Pereira, Luiz Carlos. "Do Estado patrimonial ao gerencial." Letras 222 (2001): 259.
Disponível em: https://files.numec.prp.usp.br/data/public/6b44af

Texto sugerido:
* Evans, Peter. "O Estado como problema e solução." Lua Nova: revista de cultura e política 28-
29 (1993): 107-157. Disponível em: http://goo.gl/oXbxWM

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Aula da semana que vem: professor Alexander Hilsenbeck

Na semana que vem, serei substituído excepcionalmente pelo professor Alexander Hilsenbeck, professor de Ciência Política. Sugeri a ele que desenvolva uma discussão mais profunda sobre Estado e violência.
Estarei até quinta-feira em um congresso no Rio de Janeiro. Peço perdão pelo aviso em cima da hora.

Slides da aula 1

Na primeira aula, refletimos sobre o terceiro bimestre e introduzimos a temática do quarto bimestre. Para referência, seguem os slides, aqui.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Temas e grupos

Aqui estão os temas e os grupos para a realização do trabalho do quarto bimestre. As instruções do trabalho estão disponíveis aqui. Os grupos e os temas foram sorteados aleatoriamente. Não serão feitas mudanças em grupos e temas.

(1) Verifique se seu nome aparece em algum grupo. Se não aparecer, mande-me um email com urgência até 11/10.
(2) A responsabilidade por encontrar o texto é do grupo. Dou a referência completa do texto.

Obviamente, o grupo que for avaliar o trabalho precisa também ter lido o texto, pois, sem isso, não conseguirá desenvolver o trabalho de crítica.

3RTA

Grupo 1: André Marçal Maklouf Carvalho, Thais Berlini, Giovana Cantelli, Raquel Loreto, Stepahnie Berardi Baccarin.
Texto: A espetacularização política brasileira: uma análise dos políticos midiáticos eleitos para o Congresso Nacional 2015-2019, Deysi Cioccari, Communicare
Grupo a ser avaliado: 6

Grupo 2: Maria Beatriz Maringoli da Costa, Enrico Verta, Glaucia Cintra, Bruno Atulim Sanches Garcia, Maria Luiza Freitas da Silva.
Texto: Ética como morada do jornalismo político, Neuma Augusta Dantas e Silva, Communicare
Grupo a ser avaliado: 5

Grupo 3: Pedro Fuoco Andrade, Camilla Napolitano, Letícia Pontes de Souza, Ariela Lopes, Peterson Augusto e Silva.
Texto: A liberdade de imprensa na era cibernética e no pós-modernismo, Antonio Rulli Neto, David de Oliveira Rufato, Emerson Marcelo da Silva e Renato Asamura Azevedo, Communicare
Grupo a ser avaliado: 4

Grupo 4: Leonardo Aiello, Tácia Risério Herstig, Bruna Eliza Balthazar Barros, Ana Paula Módulo da Cunha, Beatriz Vecchi, Matheus Suman.
Texto: Democracia, exercício profissional e jornalismo latino-americano, Sergio Ricardo Quiroga Macleimont, Communicare
Grupo a ser avaliado: 3

Grupo 5: Amanda Penida Carvalho, Renata Vernareccia, José Humberto Michilis Junior, Ana Luísa Zamboni Gobbi, Lucas Gabriel Nascimento Gomes, Martha Assumpção Vieira de Almeida Souza.
Texto: Recepção e eleições: como jovens eleitores percebem o debate entre os candidatos à presidência, Flavia Moreira Mota e Mota, Communicare
Grupo a ser avaliado: 2

Grupo 6: Luiz Hirschmann, Paulo César Vita, Karla Galvão de Oliveira, Laís Souza Lima Santos Silva, Marina Pereira Arena, Mayara de Aguiar Silva.
Texto: Neutralidade na rede e princípios da ordem econômica na Constituição Federal de 1988, Emerson Marcelo da Silva, Marco Antonio Barbosa e Renato Asamura Azevedo, Communicare
Grupo a ser avaliado: 1

3RTC

Grupo 7: DAFINNY LOGRADO COSTA, Danilo Carvalho de Toledo Piza, LETICIA ESPINDOLA, Gabriel Côrte, GABRIEL HENRIQUE GOLIM, GABRIELA HENRIQUES.
Texto: Banda Larga no Brasil, o papel do Estado e possibilidades de crescimento econômico e desenvolvimento humano, Renato Rovai, Communicare
Grupo a ser avaliado: 12

Grupo 8: GUSTAVO QUEIROZ PEREIRA DE SOUZA, Caio Vinicius Guedes do Nascimento, Lucas Domizio Domingues, BRUNA DEFINE, Laís Vieira Sobrinho, VIVIANE ALVAREZ MATEUS.
Texto: Redes sociais, mulheres e corpo: um estudo da linguagem fitness na rede social Instagram, Helena Jacob, Communicare
Grupo a ser avaliado: 11

Grupo 9: LUCAS TAVARES BRITO SANTOS, Victoria Helena Deieno, MARIA BEATRIZ DOMINGOS LEANDRO, Beatriz Falcão de Oliveira, Mariana Kunst Zanzini, LUCAS FARIAS FEDEL.
Texto: Do direito individual a uma questão de saúde pública: a voz da imprensa feminista sobre o aborto nos anos 1980, Aline Roes Dalmolin, Communicare
Grupo a ser avaliado: 10

Grupo 10: MIRIAM PEREIRA MORALES, Mathias Toth Piller, BIATRIZ S. SOUZA, RENATA RODRIGUES ROMÃO, Nicole Garrido Bezerra, LIGIA ESTANCIONE, Marcellus Fonseca Cataneo.
Texto: Mulher, cabelo e mídia, Bianca Santana, Communicare
Grupo a ser avaliado: 9

Grupo 11: Bruno Michel Vasconcellos de Andrade, MARA ALONSO, Clara Nonato, MARCELA BRUM DE SOUZA ROMAN, POLYANA LIMA, Giovanna Ignacio Quarterone.
Texto: Literatura e resistência: a palavra armada zapatista, Alexander Hilsenbeck Filho, Communicare
Grupo a ser avaliado: 8

Grupo 12: Leandro Sanches Mezzarano, Lucas Matheus Crizza, GUSTAVO DIAS, LUIS FELIPE FOGAGNOLO ARATO, Victoria Schnoor Cancio, GABRIELLE JEZERNICKY.
Texto: A comunicação democrática, uma utopia real, João Alexandre Peschanski e Renato Moraes, Communicare.
Grupo a ser avaliado: 7

Trabalho do quarto bimestre

Proposta

A proposta consiste na realização de um texttrailer (como um booktrailer, só que de um texto), em grupo, e da análise do trabalho realizado por outro grupo. Na primeira etapa, espera-se uma montagem em vídeo de dois a três minutos, a partir de um texto sobre política, escolhido pelo professor. Numa segunda etapa do trabalho, cada grupo ficará responsável por desenvolver uma crítica ao trabalho de outro grupo e talvez apresentar essa crítica em sala de aula (se tivermos tempo). 

Grupos / temas / críticas
Tanto os grupos quanto os temas e os trabalhos a serem avaliados serão decididos aleatoriamente pelo professor e postados na sequência.

Aspectos gerais
texttrailer pode ter dois formatos.
(1) Pode ser uma resenha dos principais argumentos do texto; ou
(2) Pode ser um trailer que divulgue o texto, um convite à leitura (como o trailer de um filme que pretende estimular quem o assiste a ver o filme).
Nos dois casos, é esperado que o vídeo seja compreensível para pessoas que não conhecem o texto. O formato e a linguagem do vídeo são livres.

Exemplos
Nem todos os exemplos abaixo atendem exatamente à proposta. Servem para entender variadas formas, em âmbito educacional ou comercial, com que esse tipo de produto é realizado.

* Vídeos feitos por estudantes de RTVI, no ano passado:










* Vídeos feitos comercialmente:





Aqui e aqui (em inglês) há links com orientações para fazer um booktrailer. Talvez sirvam para realizar o trabalho, lembrando que vocês devem apenas fazer a produção em torno de UM texto.

Orientação para o vídeo
texttrailer -- ou resenha em vídeo -- deve conter, não necessariamente nessa ordem:
-- a apresentação dos argumentos principais do texto
-- as referências exatas da publicação, para quem quiser buscar o texto
-- a ilustração e a problematização de aspectos-chave da argumentação

Lembrem que o público alvo é uma pessoa que não leu o texto e deve ter a capacidade, a partir do vídeo, de entender aquilo que o texto diz.

Não serão aceitos vídeos que violem direitos de imagem, isto é, na hora das ilustrações e sons os vídeos devem conter imagens livres de uso.

Todos os vídeos devem ser carregados no Youtube, com a licença livre (não é a licença standard do Youtube!).

Cada grupo deve enviar em correio eletrônico ao professor e a todos os integrantes do grupo que fará a crítica do vídeo o link no Youtube. 

Orientação para a crítica
Todos os grupos ficaram responsáveis pela crítica do trabalho realizado por outro grupo. Essa crítica deve ser feita por escrito, enviada ao email do professor com cópia para todos os integrantes do grupo avaliado, e também entregue ao professor em versão impressa, com cópia do email enviado a todos os integrantes do grupo avaliado. Há aspectos de conteúdo e forma a serem avaliados, seguindo o roteiro abaixo.

1. Introdução
1.1 Relevância da temática abordada pelo artigo
1.2 Apresentação do texto: argumentos principais, polêmicas que suscita
1.3 Resumo da crítica que será desenvolvida

2. Descrição geral do vídeo
2.1 O que está retratado no vídeo? (descrição)
2.3 Quais são os elementos centrais do texttrailer?
2.3 Qual a linguagem visual adotada?
2.4 Qual a mensagem que o vídeo passa?
2.5 Como avalia no geral a qualidade com que passa essa mensagem?

3. Quão bem o vídeo passou as ideias principais do texto
3.1 Avaliação geral do vídeo como resumo do texto
3.2 Avaliação de informações e análises do texto que foram utilizadas no vídeo
3.3 Avaliação de informações e análises do texto que não foram utilizadas no vídeo
3.4 Como poder ter sido melhorado o vídeo como resumo do texto (esta seção é a mais importante deste bloco)

4. Quão interessante e cativante foi o vídeo realizado
4.1 Avaliação geral do vídeo como produto visual
4.2 Como poder ter sido melhorado o vídeo como produto visual (esta seção é a mais importante deste bloco)

5. Conclusão
5.1 Síntese do trabalho de crítica realizado
5.2 Identificação do que cada integrante do grupo fez no trabalho de crítica (um parágrafo por aluno)

A crítica deve ter no máximo 10 páginas (fonte 12, Times New Roman, espaçamento simples).
Não esquecer de enviar por email ao professor, com cópia para todos os integrantes do grupo avaliado. Trazer cópia impressa para o professor, no prazo estipulado.

Nota e prazo
O vídeo corresponde a 30% da nota do quarto bimestre. A crítica ao trabalho dos colegas corresponde a 45% da nota do quarto bimestre. A prova bimestral corresponde a 25% da nota do quarto bimestre.

O prazo máximo e impreterível de postagem do vídeo e envio do email com o link é 6 de novembro.

As críticas devem ser entregues ao professor e ao grupo criticado até 16 de novembro. (O pessoal  do noturno deverá entregar a cópia impressa para mim, na quarta à noite, dia 16, na sala dos professores. Não há aula dia 15.)

Não hesite em entrar em contato comigo, em caso de dúvida sobre essas instruções. Meu email é japeschanski@casperlibero.edu.br .

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Terceira parte do trabalho bimestral

Análise da apresentação de outro grupo

A terceira tarefa consiste na revisão do trabalho apresentado por outro grupo. Trata-se de uma tarefa individual.

A ideia é que apresentem um comentário crítico sobre uma das apresentações. A questão que precisam responder criticamente está disponível e 3RTVA e 3RTVC.

A tarefa equivale a 10% da nota bimestral. Usem suas anotações sobre as apresentações para a realização do trabalho.

Talvez valha a pena assistirem o filme que terão de analisar.

Terão poucos dias para a realização dessa tarefa, que deverá ser carregada nas respectivas pastas online de suas turmas: 3RTVA e 3RTVC. Assim, precisam ter carregado o texto corretamente até 2/10.

A tarefa é curta. Bastam dois ou três parágrafos, que respondam objetiva e diretamente à pergunta que lhes fiz.
Os nomes dos arquivos devem começar com seu sobrenome, obrigatoriamente. Por exemplo: silva_trabalho.doc .

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Na Wikipédia, o estudante insere-se na produção do conhecimento: uma entrevista com Sergio Amadeu

sergio_amadeu_2015
Sergio Amadeu, em 2015 (Tânia Rêgo/ABr , CC-BY, Wikimedia Commons)
Por Lucas Teles
No dia 19 de agosto, o sociólogo Sergio Amadeu dispôs um pouco de seu tempo para nos conceder uma entrevista. Sergio Amadeu é graduado em Ciências Sociais e doutor em Ciências Políticas pela USP, defensor e divulgador do software livre e da inclusão digital no Brasil e nos contou sobre suas opiniões acerca do uso de plataformas livres na educação, incluindo a Wikipédia. Outros tópicos, como neutralidade e anonimato da rede, também foram mencionados. Disponibilizamos também o áudio da entrevista.
Lucas Teles — Qual a sua opinião sobre a Wikipédia?
Sergio Amadeu — A Wikipédia é um exemplo do potencial colaborativo das redes digitais e também ela mostra que a colaboração e o compartilhamento do conhecimento geram resultados inigualáveis nas relações sociais. Depois que a Wikipédia surgiu nós tivemos certamente um ganho enorme porque o exemplo de práticas colaborativas que ela gerou se irradiou para várias outras áreas da ação social.
Do ponto de vista dos educadores, no Brasil, ainda nós exploramos muito pouco a Wikipédia. Eu tenho sempre que possível utilizado a Wikipédia nas disciplinas que dou. Eu sempre tento formar grupos e pedir pra que as alunas e alunos produzam verbetes importantes na Wikipédia de língua portuguesa.


Sobre o preconceito em relação ao uso da Wikipédia como pesquisa acadêmica e escolar

Sergio Amadeu — Eu considero que, quando a Wikipédia surgiu, as forças do mercado tentaram solapar a Wikipédia e divulgaram uma coisa absurda, dizendo que a Wikipédia era sem nível, era feita por qualquer um e, por causa disso, não tinha as qualidades de outras enciclopédias fechadas. Nós constatamos, com várias pesquisas, que, além de a Wikipédia ter um número de erros menor que outras enciclopédias, ela tinha também uma qualidade que as outras não têm. Por ela ser colaborativa, a correção de "bugs" e erros é muito mais rápida e que, portanto, o que estava ocorrendo era o espraiamento de um preconceito contra o compartilhamento de conhecimento e contra as práticas colaborativas, mas nós superamos isso.
A cultura da colaboração em rede precisa ser divulgada, disseminada a partir de oficinas, principalmente por educadores. Eu falo isso porque no meu modo de entender, quando você olha a Wikipédia de países com a população muito menor, os capítulos nacionais de outros países, você vê que eles têm uma população menor e tem um número de verbetes maior em sua própria língua. Isso mostra que a gente tem muito o que fazer e muitas pessoas não têm noção de que elas podem contribuir com a Wikipédia e muitos professores podem fazer uma orientação para ter qualidade os verbetes. Se uma parte pequena... 10% dos professores brasileiros ou professores em geral começarem a fazer verbetes pra Wikipédia, você imagina o ganho que nós teremos.
Seria bem legal se a gente pudesse criar uma grande onda de compartilhamento de conhecimento aqui no Brasil também, porque, sem dúvida nenhuma, a Wikipédia é uma plataforma pra isso.
Eu imagino que nós temos um grande trabalho pela frente que é envolver melhor os educadores brasileiros na produção, feitura de verbetes e de processos com as ferramentas "wiki". Eu vou iniciar duas aulas agora nesse terceiro quadrimestre e nas duas disciplinas eu vou procurar sempre como um dos trabalhos em grupo que nós organizamos com os alunos que eles tentem produzir verbetes originais, verbetes que obviamente não existam na Wikipédia e que sejam importantes, sejam no espírito de uma enciclopédia. Eu acho que não só eu posso fazer isso; vários educadores podem fazer isso; podem ter esse trabalho colaborativo online, esse trabalho de organizar algo que é pra sociedade, que fica disponível pra todo mundo, que pegue essa energia que você vai desenvolver numa sala de aula e coloque ele à disposição não só do aprendizado daqueles estudantes que lá estão, mas que também esses estudantes possam gerar um benefício social maior. Então, eu vejo que a gente tem muita coisa pra fazer. Eu sei que tem educadores que tem métodos mais sofisticados de uso da Wikipédia. Uma sugestão que eu até dou é que esses educadores possam fazer tutoriais curtos com vídeos pra incentivar os outros. Seria bem legal se a gente pudesse criar uma grande onda de compartilhamento de conhecimento aqui no Brasil também, porque, sem dúvida nenhuma, a Wikipédia é uma plataforma pra isso.


Lucas Teles — Então, você usa a Wikipédia para avaliar o trabalho que seus alunos fazem editando na própria Wikipédia?
Sérgio Amadeu — Sim. Nem todo trabalho dá pra ir pra Wikipédia, porque a Wikipédia não aceita trabalhos originais. Ela é uma enciclopédia e tem que ter referências. Uma parte das nossas discussões e trabalhos coletivos na sala a respeito de um tema, teoria ou conjunto de autores, pode ser colocada na Wikipédia, porque tem várias referências. Por exemplo, vou dar uma disciplina sobre ciberconflitos, uma disciplina do curso de relações internacionais, que é sobre a ciberguerra, os conflitos que infelizmente existem na internet. Por exemplo, a teoria do "drone". O estudo sobre os impactos do drone na guerra. Há já vários autores sobre isso. Isso cabe num verbete na Wikipédia. Então, você pode fazer um artigo falando o que é a teoria do drone, por que ele está sendo estudado para além da sua parte técnica, mas suas implicações no universo da guerra, no universo das sociedade, dos direitos humanos e aí por as várias referências pra isso. Isso é um trabalho que um grupo pode fazer; ele aprende com isso, tem o arcabouço teórico e ele produz algo útil pra outros estudantes. Eu acho que é possível utilizar em sala de aula. É legal um grupo de alunos ver seu trabalho sendo útil pra sociedade.
Lucas Teles — Alguns professores criticam a Wikipédia, ainda são um pouco receosos em usá-la e não a aceitam como fonte de estudo, nem mesmo fonte de partida para um estudo. Se alguns professores - que são pessoas que têm acesso à informação - são contra a Wikipédia, como a gente pode informar pessoas leigas e passar a elas essa noção de colaboração, cultura livre e difundir esse conhecimento?
Sérgio Amadeu — Eu acho que isso é um processo de esclarecimento. Eu acredito que a força do exemplo é que pode ajudar. Os professores que criticam a Wikipédia hoje não estão mais falando do nível da Wikipédia, até porque as outras enciclopédias que eles abordavam nem existem mais. O argumento agora é que a Wikipédia não é algo que possa ser copiado e colocado num trabalho. Então, eles estão receosos com a Wikipédia, porque eles acham que o aluno vai simplesmente copiar e colar o seu texto quase que praticamente tudo que ele encontrar na internet e em particular da Wikipédia. O que é a questão que ele está atacando? Ele está atacando na verdade a realização de um trabalho manual de simplesmente copiar e colar. Ele não está atacando a Wikipédia. O que ele precisa entender, inclusive, é que, se ele usar a Wikipédia para poder incentivar o aluno a fazer trabalhos mais inteligentes em que ele tenha que refletir e ele tenha que criar um verbete ou melhorar um verbete, aí ele vai estar efetivamente superando essa ideia de cortar e colar, que não nasceu com a Wikipédia.
O que eu acho é que o professor não pode mais vir com essa ideia de que o processo educativo simplesmente é um processo conteudista. Ele precisa inserir o aluno no mundo da produção, da reflexão e quando ele põe os alunos pra fazer artigos pra Wikipédia ou melhorar artigos pra Wikipédia ou traduzir artigos da Wikipédia de outras línguas, ele cria um processo que é de superação do copiar e colar. O educador está equivocado quando ele ataca a Wikipédia. A Wikipédia é uma das soluções que ele pode utilizar e não o problema dele.
Quando eu fazia o meu curso nas primeiras séries de escolarização, o professor mandava eu fazer um trabalho. Ele dizia assim: "Abre a enciclopédia e copia". A gente pegava uma folha de papel almaço e copiava o artigo na folha e entregava. Na verdade, o que o professor pedia era um recortar e colar mais lento. Agora, com a internet, isso ficou muito rápido e fácil. O que eu acho é que o professor não pode mais vir com essa ideia de que o processo educativo simplesmente é um processo conteudista. Ele precisa inserir o aluno no mundo da produção, da reflexão e quando ele põe os alunos pra fazer artigos pra Wikipédia ou melhorar artigos pra Wikipédia ou traduzir artigos da Wikipédia de outras línguas, ele cria um processo que é de superação do copiar e colar. O educador está equivocado quando ele ataca a Wikipédia. A Wikipédia é uma das soluções que ele pode utilizar e não o problema dele.
Uma outra coisa muito legal é que a Wikipédia permite a você, pulando de verbete em verbete, principalmente pra alunos dos primeiros anos escolares, mostrar como a ciência é construída. Eu já fiz uma vez pra uma turma jovem. Eu fui indo da Física da relatividade pra trás, pulando de verbete em verbete da Wikipédia. Aí o cara tem a noção de que o conhecimento é construído, que ele segue vários caminhos na rede. É muito legal fazer isso. Nós vamos conseguir ir esclarecendo esses processos para os professores. As críticas à Wikipédia já foram muito piores e já foram muito mais sem pé nem cabeça e hoje elas estão indo pra caminhos mais racionais, o que permite que a gente possa superar com mais facilidade.

Sobre trabalhos escolares e o processo de aprendizagem

Uma questão importante é o que dizem sobre o aluno não poder se basear na Wikipédia pra fazer um trabalho. Bom, ele pode se basear sim, porque a Wikipédia é uma obra de referência. Se ele não tem a mínima noção de Física quântica e ele ler um verbete estando o verbete  bem feito, vai ter as referências importantes dessa área pra ele ir atrás. A Wikipédia não é pra ele terminar o trabalho; a Wikipédia é pra ele começar o trabalho. Essa é a questão e é isso o que o educador vai começando a aprender também. Muitas vezes ele não dá um caminho estruturado ou uma alternativa mais clara pro seu aluno, pra pesquisa dele. E aí o aluno pode nem ir pra Wikipédia, mas ele vai copiar de outra enciclopédia ou de um site de resumos e isso é muito pobre. Pra ele fugir dessa fragilidade, ele tem que engendrar processos de aprendizagem. Ele tem que trabalhar junto com os alunos, mostrando que uma enciclopédia e outros textos de referência são apenas o início da jornada para o aluno conseguir elaborar uma reflexão sobre aquilo que é o seu trabalho, sobre o tema em que ele tá interessado.
O processo de aprendizado requer um esforço cognitivo. Se não, você não aprende. A Wikipédia dá o início pra esse processo cognitivo de ele pegar um assunto e ir atrás.
É o que eu costumo falar várias vezes: o processo de aprendizado requer um esforço cognitivo. Se não, você não aprende. A Wikipédia dá o início pra esse processo cognitivo de ele pegar um assunto e ir atrás. Então essa ideia de ir atrás, de aprender, de avançar é um processo também. Por isso, a Wikipédia permite criar esses processos novos de organização do aprendizado (nem tão novos assim) em que um aluno discute com o outro como resolver um problema, como aprender uma coisa nova, como buscar fontes. A Wikipédia abre essa possibilidade e essas críticas que existiam vão se reduzindo.


A Wikipédia e o seu valor econômico em comparação com outras redes sociais

Uma outra coisa fantástica que não tem a ver diretamente com o que a gente está falando, mas que é muito legal é o seguinte. A Wikipédia tem um valor econômico também, que é muito interessante. Como ela não é precificada, a gente não vende por acesso, não vende verbete, ela é mantida por um "crowdfunding", por uma "vaquinha", toda vez que precisa de dinheiro aparece aquela coisa pra gente contribuir, mas ela gera um impacto econômico gigantesco nas diversas sociedade e ela é a economia da colaboração.
Os velhos economistas só entendem da economia liberal de mercado. Ele não sabe quanta gente tá se beneficiando, tá tendo ganhos enormes por esse trabalho colaborativo e é um trabalho colaborativo diferente do que existe no Facebook, porque as pessoas que tão se divertindo, estão brincando, estão subindo conteúdo no Facebook estão remunerando o Zuckerberg só, estão precificando o Zuckerberg e ele tá vendendo os dados pessoais desses colaboradores, desses usuários do Facebook pra um monte de empresas que vão tentar depois modular o comportamento das pessoas com anúncios, com banners e tal. Na Wikipédia, não. A gente desenvolve tudo isso e o que eu dou eu também recebo. As pessoas que produzem estão em menor número, mas não há prejuízo pra essas pessoas e não há apropriação do seu trabalho pra uma finalidade privada, como é no caso do YouTube, do Facebook. Nessas plataformas, os conteúdos que elas têm são produzidos pelos seus próprios usuários. É como na Wikipédia. Só que a Wikipédia não privatiza o ganho desse trabalho colaborativo. O modelo dela é muito bom.
Nós, que estudamos a economia digital, falamos que o Facebook faz parte de um processo que alguns denominam de "extração de mais-valia 2.0". Olha que loucura... você faz o conteúdo. Mesmo quando você tá se divertindo, você tá produzindo conteúdo pra plataforma do Zuckerberg, você está levando o acesso pra aquela plataforma, avisando os amigos pra ir lá ver aquele conteúdo. Portanto, todo trabalho, mesmo quando você não está trabalhando, é feito pelos usuários e toda a apropriação de riqueza é feita pelo dono da plataforma. Ou seja, é uma extração de riqueza social e apropriação privada absurda. Na verdade, como é uma rede de relacionamento gigantesca, todos nós temos que estar nela. O que eu fico chateado é com alguns educadores que põem os trabalhos todos lá no Facebook e reforçam essa ideia de que aquilo é um lugar de todos e não é. Ele poderia utilizar as ferramentas da Wikipédia, Wikiversidade, Wordpress, blogs, que são feitos com software livre e que são acessíveis não só por quem tem que ter uma senha daquela plataforma e que tem que entregar seus dados pessoais, que é o preço que você paga por aquela gratuidade do uso da plataforma, entregar sua alma, seu perfil de comportamento, sua navegação na internet. Então, nós não temos isso na Wikipédia.
O educador, em vez de colocar coisas no Facebook, use a Wikipédia. Aqui não tem apropriação privada do comum naquilo que é a colaboração.
O educador, em vez de colocar coisas no Facebook, use a Wikipédia. Aqui não tem apropriação privada do comum naquilo que é a colaboração. Eu acho que a gente pode ir fazendo isso com nosso exemplo. Acho que a iniciativa de vocês é muito legal. Eu acho que os vários tutoriais poderiam ser simplificados e a gente fazer várias oficinas, mostrar as grandes possibilidades que nós temos com o uso da Wikipédia, que é o grande exemplo de práticas colaborativas junto com o software livre.
Lucas Teles — Aproveitando esse gancho do Facebook, a gente sabe que o Facebook faz alguns acordos com operadoras de telecomunicação pra oferecer acesso gratuito. A Wikipédia chegou a firmar algumas ações similares, especialmente na África, oferecendo acesso à Wikipédia gratuitamente através de uma determinada operadora. Muitas pessoas criticam esse acesso que a WIkipédia fornece por acreditar que isso talvez agrida a neutralidade da rede, que não seria a coisa mais correta a se fazer. A Wikipédia geralmente se defende falando que isso é feito por uma boa causa, que é um material educativo e pra muitas pessoas que não têm outra fonte de conteúdo. Qual a sua opinião sobre isso?
Sérgio Amadeu — Meus pais nasceram em Minas Gerais. Lá, tem um ditado que diz "Onde passa um boi passa uma boiada". Eu primeiro queria falar que esse modelo de negócios que criaram se chama "Zero Rating" ou "Franquia Zero" ele é muito perverso, ele concentra o tráfego em algumas grandes corporações. Se fosse só de projetos de fato não lucrativos, colaborativos, como a Wikipédia, eu seria a favor. Não vejo nenhum demérito. Pelo contrário, eu vejo todas as vantagens da Wikipédia em fazer isso, mas esse é o mundo ideal. Na realidade hoje, eles só dão acesso à Wikipédia pra poder dizer que eles precisam fazer a quebra de neutralidade e o modelo do Zero Rating para o Facebook para concentrar tráfego em grandes corporações. A Wikipédia ela tem que entender que ela tá sendo utilizada pra reforçar uma prática nefasta de concentração de audiência e que quando essa concentração se consolidar o que tá em risco é a liberdade na web e a própria Wikipédia vai tá em risco. Essa é a questão. Ou então ela vai ter que subordinar aos ditames ou de um grande grupo do Facebook ou da Microsoft, da Apple e aí nós vamos perder toda a riqueza que foi construída por milhares de pessoas do mundo até hoje.
A Wikipédia, se você analisar isoladamente, ela tá certa ao fazer algo assim, mas ao fazer algo assim ela tem que saber que ela tá reforçando uma prática nefasta de concentração de tráfego, de destruição da internet livre. Por isso, fazendo a ponderação, eu diria que ela deveria pular fora disso. No Brasil, eu sou contra. No Brasil, as operadores de telecom querem quebrar a neutralidade da rede. Se elas quebrarem a neutralidade da rede, vão destruir não só um modelo pelo qual a internet cresceu e veio até hoje; não vão só aumentar o custo da internet pra todos nós. Elas vão controlar a criatividade. É muito grave qualquer possibilidade de filtrar, reduzir, concentrar tráfego no mundo digital por parte das operadores de telecom. Nós temos que, na minha opinião, defender a neutralidade da rede, ser contra o Zero rating e defender a liberdade de criação.
Lucas Teles — A Wikipédia, como sabe, é uma rede aberta e a gente recebe boas contribuições em sua maioria. Entretanto, existe sempre aquela contribuição ruim e essa abertura acaba sendo espaço até pra alguns crimes cibernéticos, como pedofilia, homofobia, etc. Com relação ao anonimato na rede, como podemos trabalhar defendendo a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, defendendo os direitos das pessoas, responsabilizando essas pessoas que cometem crimes na internet? Como lidar com esse problema?
Sérgio Amadeu — A gente lida com ação coletiva e não quebrando o direito ao anonimato. Sem o anonimato numa rede cibernética, que é uma rede simultaneamente de comunicação e de controle, onde tudo que a gente faz deixa um registro, se a gente destruir o anonimato, nós vamos estar criando uma sociedade totalitária. A rua é perigosa em determinadas situações, mas nem por isso a gente vai impedir que as pessoas andem na rua nem vai exigir que as pessoas se identifiquem plenamente nas suas roupas pra andar na rua, como queria o filósofo Jeremy Bentham. Isso é um absurdo. Na Wikipédia, é até mais fácil do que na internet, porque tem muitos editores, muitos olhos. Toda vez que a gente pegar um equívoco, um erro, um crime, a gente pode rapidamente tentar encontrar o IP de onde veio, tentar passar os rastros digitais pra que os órgãos de reparo da justiça e reposição dos direitos violados entrem em operação. A gente não pode, em hipótese nenhuma, acabar com o anonimato. O anonimato é o que garante a democracia. Na hora da cabine de voto se você não for anônimo, você tá na mão de mil pressões, de mil opressões. Como é que a gente age? Age a "posteriori" e na Wikipédia é muito rápido.
Sem o anonimato numa rede cibernética, (...) nós vamos estar criando uma sociedade totalitária.
O cara por uma foto de interesse de um pedófilo é uma pornografia; é uma foto que dá pistas pra se agir sobre uma rede de pedófilos. Pistas que a gente não teria se não fosse a internet. O ato de pedofilia não existe na internet; pedofilia é um ato físico. Existe nas igrejas, nas famílias. Infelizmente, existe e é acobertado. Na internet, a gente tem a possibilidade de agir sobre isso. Não é porque existe a pedofilia, que existe o terrorismo que nós vamos aceitar que as liberdades e garantias fundamentais sejam destruídas. Se a gente perder o anonimato da rede, grandes corporações e órgãos de vigilância absurdamente conservadores e exagerados vão ter o controle cultural, político e social inaceitável. Isso vai desestimular o uso das redes como temos hoje. Eu chamo a atenção de todos pra dizer que internet está sob ataque no mundo inteiro. Em particular no Brasil. É um absurdo... as forças retrógradas nunca gostaram do compartilhamento do conhecimento, nunca gostaram da liberdade de expressão e nunca gostaram da liberdade de criação. Eles estão com vários projetos no Congresso Nacional pra colocar a internet sob o manto do autoritarismo.
Um dos projetos que mais me preocupam é aquele que diz que qualquer policial militar no Brasil terá acesso à comunicação de qualquer cidadão pra solucionar um crime. Você deve conhecer como agem as polícias militares. Eles já fazem essa ação ilegal. Eles não podem chegar para Wikipédia e falar: "Eu quero os registros de quem fez esse verbete". A Wikipédia vai solicitar uma ordem judicial, porque até então precisa de ordem judicial. Imagine o que ele vão fazer contra estudantes, contra mulheres vítimas de agressão que têm que ir pra casas de proteção de vítima. Com isso não estou dizendo que a justiça é uma maravilha, mas estou dizendo que a justiça só age com o devido processo legal. Vai poder ter registro, advogado e nós vamos ter mais garantias pra poder assegurar a democracia e assegurar nossas práticas do cotidiano. Eu convoco a todos da Wikipédia, a todos os leitores e organizadores, os formuladores de verbetes, editores a também ajudar nessa luta em defesa da internet livre.


Publicado originalmente no blog Wikimedia no Brasil (CC-BY).