quinta-feira, 31 de março de 2016

Slides da aula de 29-30 de março

Seguem aqui os slides para a aula de 29 e 30 de março, em que discutimos a propriedade privada como instituição do capitalismo e onde apresentei a segunda parte da avaliação bimestral!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Leitura para 5-6 de abril

Segue o texto sobre classes sociais e interesses materiais. A noção de classe social é bastante controversa e no texto de minha autoria com o Prof. Daniel Bin há uma abordagem específica, baseada na ideia de que classes se sustentam de maneira relacional, tendo como chave analítica e definidora o conceito de exploração. Até a semana que vem!

-- João Alexandre Peschanski e Daniel Bin, "Classes sociais e mercado de trabalho", disponível aqui.

Para quem não fez a primeira parte da avaliação do bimestre...

Nem tudo está perdido! Envie-me ainda esta semana (até 1/4) um email, que o colocarei na tabela com os dados necessários para a realização da segunda parte da avaliação.

terça-feira, 22 de março de 2016

Parte 2 da avaliação bimestral

Introdução
A segunda parte da avaliação bimestral consiste na descrição, análise e crítica do material realizado por um/a colega. A expectativa é que realizemos uma atividade "entre pares", isto é, que consigamos desenvolver uma prática pedagógica em que cada um/a de vocês aprende com o/a outro/a. É esse tipo de prática que chamamos "wiki-pedagogia".

Primeira parte da avaliação
Aos poucos, a partir de meus próprios critérios, colocarei na tabela de controle da atividade a nota da primeira etapa da avaliação do primeiro bimestre. Na rápida verificação que fiz, percebi que as fotografias retratam, por diversas linguagens, sua experiência na cidade. Aquilo que percebem, que os incomoda, que os preocupa, que os instiga. Foram variadas linguagens e formatos -- que bom! O que avaliarei é o esforço em apresentar relações de poder na sociedade brasileira, do modo em que discutimos a temática em sala de aula. A nota aparecerá sobre 10, mas corresponde a uma porção apenas da nota bimestral (25%).

Todas as fotos realizadas nesse projeto podem ser vistas aqui.

Proposta da segunda parte da avaliação
A todos os estudantes que realizaram a primeira etapa da avaliação foi designado um colega, cujo trabalho terão de interpretar. Para a realização da segunda parte da avaliação, entre na tabela e verifique a fotografia que lhe cabe interpretar. O link da tabela está aqui.

A tabela está congelada, assim que, a princípio, você pode vê-la, mas não pode editá-la. Se por acaso houver algum erro nas informações que lá deveriam estar, avise-me.

Verifique que identificou o colega que avaliará. Não importa se é da mesma turma ou de outra turma que a sua. Você terá de conseguir o endereço eletrônico desse colega, que também receberá seus comentários sobre seu trabalho. Conseguir esse email é responsabilidade sua.

O trabalho deverá ser entregue em versão impressa no dia 5 de abril, se for do noturno, ou no dia 6 de abril, se for do diurno. Também no mesmo prazo o trabalho deverá ser enviado por correio eletrônico para o colega que realizou a imagem avaliada, com cópia para mim. Meu email é japeschanski@casperlibero.edu.br . Se não for realizado um dos envios, não será considerada válida a entrega do trabalho.

O tamanho máximo da segunda parte da avaliação é cinco páginas, em tamanho 12, Times New Roman, espaçamento simples. Não serão aceitos trabalhos maiores. A concisão é uma virtude acadêmica!

A segunda parte da avaliação valerá 50% da nota bimestral.

Orientação
A interpretação consiste na descrição, na análise e na crítica do material realizado. Na descrição, você precisa identificar a situação que está exposta na fotografia ou no vídeo. Na análise, você precisa verificar em que medida a fotografia ou o vídeo correspondem à temática esperada. Nisso, vale lembrar que toda relação de poder sinaliza um problema social e, nessa linha, você também precisa identificar o problema que eventualmente a fotografia ou o vídeo retrata e apresentar uma solução. Na crítica, a expectativa é que, como par, você oriente seu colega na forma de melhorar o trabalho enviado, tanto na linguagem, no formato e no estilo adotados quanto no modo como a temática proposta pelo exercício foi de fato desenvolvida.

O modelo abaixo é apenas uma sugestão, assim pode ou não ser empregado como roteiro para a realização da segunda parte da avaliação.

1. Descrição
1.1 O que está retratado na imagem?
1.2 Quais são os elementos centrais da imagem?
1.3 Qual o cenário ou o contorno da imagem?
1.4 Qual a mensagem que a imagem passa?
1.5 Qual a linguagem visual adotada para passar essa mensagem?

2. Análise
2.1 Em que medida a imagem retrata uma relação de poder? Onde está o poder na imagem?
2.2 O diagnóstico da imagem identifica ou se baseia em uma situação social problemática? Qual?
2.3 Como seria uma imagem de uma situação social alternativa melhorada?
2.4 O que é preciso para chegar nessa alternativa melhor em relação à realidade atual?
2.5 O que bloqueia o acesso a essa alternativa?

3. Crítica
3.1 Como avalia de modo geral a realização do trabalho proposto?
3.2 Como avalia a qualidade técnica com que a imagem se insere na temática proposta?
3.3 Quão clara está a situação problema? O que poderia ter sido feito para melhorar sua compreensão?
3.4. Quão interessante e chamativo é o produto apresentado? Como poderia ter sido melhorado o produto?
3.5 Em que medida o trabalho avaliado se compara com aquilo que você mesmo/a realizou? O que há de comum e de diferente?

Mudança na programação: eventos obrigatórios na terça à noite e quarta de manhã, 22-23/3

Fui informado pelo coordenador de RTVI e pela coordenadora de Cultura Geral que a presença dos/as estudantes nos eventos abaixo são obrigatórios. Não cai em boa hora, já que tivemos uma sequência de eventos, mas conseguiremos contemplar nosso cronograma, anulando a atividade em sala prevista no plano de aula. Peço desculpas pela informação de última hora, que também recebi há poucos instantes. 

Para não perdermos o ímpeto de nosso trabalho bimestral, publico ainda hoje as instruções da segunda etapa da avaliação. Falaremos sobre ela na próxima aula.

A presença aos eventos, ao que me consta, é obrigatória.

João Alexandre Peschanski

EVENTO OBRIGATÓRIO DO NOTURNO (22/3)

5º Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental – Circuito Universitário
19h30 - A TRAGÉDIA DO LIXO ELETRÔNICO Cosima Dannoritzer FRANÇA / ESPANHA / REINO UNIDO, 2014
Duração: 86 minutos
Mediador: Prof. Me. Maurício Donato
Convidados Internos: Profa. Dra. Cilene Victor da Silva (coordenadora do CIP) e Prof. Dr. Roberto Chiachiri (vice-diretor da Faculdade Cásper Líbero)
Convidado externo: Dácio Nitrini – Diretor de Jornalismo da TV Gazeta
Sinopse : Todo ano, mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico – computadores, televisões, celulares, eletrodomésticos – são descartados no mundo desenvolvido. Setenta e cinco por cento desse lixo desaparece do circuito legal de reciclagem, com grande parte sendo jogada fora ilegalmente no Terceiro Mundo, onde destrói paisagens e prejudica vidas. O filme nos leva a uma viagem investigativa pela Europa, China, África e EUA, e revela um comércio global tóxico alimentado pela ganância e corrupção.
EVENTO OBRIGATÓRIO DO MATUTINO (23/3)






domingo, 20 de março de 2016

Prêmios Wikimedia para aqueles que gostam de fotografia...

O site Wikimedia Commons é mantido por fanáticos em fotografia, que participam e organizam uma infinidade de atividades relacionadas a fotografias, incluindo prêmios.
Todo dia elegem uma foto de destaque no site, que vocês podem acompanhar aqui.
Para premiações e afins, vejam aqui.
Para aqueles que gostam de fotografia, aproveitem!

quarta-feira, 16 de março de 2016

Mais dúvidas sobre o Projeto Commons

(1) O material pode ser uma montagem ou ter edição?

Pode. A linguagem é livre. Vocês são especialistas em material audiovisual; usem sua imaginação, criatividade e técnica. Respeitem a temática pedida, no entanto.

(2) A foto pode ser posada ou tem de ser espontânea?

Tudo vale, no sentido do formato, tipo e linguagem. Apenas trabalhem na temática proposta.

Vídeo sobre o pensamento de Marx feito pela BBC

Começa em 1849, na chegada de Marx a Londres, no exílio, logo após ter escrito o Manifesto Comunista. Em inglês, com legendas em português pela TV Univesp.



domingo, 13 de março de 2016

Evento: IV Semana Mulher e Mídia

IV Semana Mulher e Mídia

Site: http://casperlibero.edu.br/agenda-eventos/iv-semana-mulher-e-midia/

 Teatro Cásper Líbero
Data
15 a 17 de março de 2016
Horários
Horários conforme programação

Descrição

Frente Feminista Casperiana Lisandra, com o apoio da Coordenadoria de Cultura Geral e da Faculdade Cásper Líbero irá, promover de 15 a 17 de março de 2016, no Teatro Cásper Líbero - 1º andar, a quarta edição da Semana Mulher e Mídia, em razão do mês da luta internacional das mulheres.
O evento contará com a participação de nomes relevantes da militância feminista, da política, da arte e da comunicação brasileira, convidadas para discutir o tema sob diferentes perspectivas.
PROGRAMAÇÃO
15/03/16 – Terça-feira – 19h00 / Teatro Cásper Líbero
Mesa: Comunicação Feminista
Mulheres de diferentes áreas da comunicação, de jornalistas e blogueiras a publicitárias, debatem o espaço da militância na comunicação.
Convidadas:
Viviane Duarte (Publicitária e criadora do Plano Feminino – Agência que faz comunicação empoderadora para mulheres)
Andreza Delgado (Estudante de letras, feminista, militante do movimento negro).
Mediação: Profa. Dra. Helena Jacob (Jornalista, Coordenadora do Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero)

16/03/16 – Quarta-feira – 08h30 / Teatro Cásper Líbero
Mesa: Mulheres nas Artes
Debate sobre a representação e participação da mulher no meio artístico em nossa cultura ainda patriarcal.
Convidadas:
Jarid Arraes (Cordelista, escritora e autora do livro “As Lendas de Dandara“)
Anna Lucchese (Cineasta – dirigiu o documentário “Identidade Cotidiana”, diretora do talkshow “A Máquina”)
Wanda Martins (Coordenadora do bloco Afro Hu Oba de Min)
Mediação: Ana Júlia Genari (Aluna do 4º ano de Jornalismo)

16/03/16 – Quarta-feira – das 15h30 às 18h00 / Laboratório de Redação V (3º andar)
Oficina Maratona de Edição - Editathon Feminista (Atividade aberta apenas para alunas). Com inscrições limitadas para maratona de inclusão, na Wikipédia, de termos e temas ligados ao feminismo.
Colaboração:
Prof. João Alexandre Peschanski (Cientista Social, Jornalista, Professor da Cásper Líbero); Célio Costa Filho (Membro do grupo de usuários da Wikimedia no Brasil)

16/03/16 – Quarta-feira – 19h30 / Teatro Cásper Líbero
Mesa: Retrato da Mulher Negra no Brasil
Debate sobre a luta da mulher negra na sociedade brasileira
Convidadas:
Regiane Soares (pesquisadora e militante do Feminismo Negro, integrante dos coletivos Rusha Montsho e Abayomi Aba - Pela Juventude Negra Viva)
Juliana Serzedello (mestre em História pela FFLCH USP, vencedora do Prêmio Palmares de dissertação, autora do livro Identidades Políticas e Raciais na Sabinada, Professora do IFSP)
Débora dos Santos Carvalho (engenheira ambiental pela USP, Master of Science em Engenharia Geológica e Hidrogeologia pela Universidade Técnica de Freiberg na Alemanha)
Mediação: Profa. Bianca Santana (Jornalista, Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, Professora do Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero e autora do livro “Quando me descobri Negra”)

17/03/16 – Quinta-feira – 08h30 / Teatro Cásper Líbero
Mesa: Comunicadora em Risco
Questiona-se e expõe-se a realidade das mulheres comunicadoras que trabalham em situações de risco, em conflitos, coberturas internacionais e investigação perigosa.
Convidadas:
Adriana Carranca (Jornalista, escreve principalmente sobre conflitos, tolerância religiosa e direitos humanos, com olhar especial sobre a condição das mulheres)
Laís Modelli (Jornalista, vinculada ao Conectas - Direitos Humanos. Repórter da revista Cult. Colaboradora da revista Caros Amigos. Pesquisadora em Comunicação Midiática com foco em Feminismo. Correspondente independente no México)
Vanessa Martina Silva (Periodista do Opera Mundi, Colaboradora do ComunicaSul e Colaboradora do Diálogos do Sul)
Mediação: Profa. Ester Rizzi (Advogada, Professora da Faculdade Cásper Líbero, também ministra aulas de Formação Jurídica Para Lideranças Populares)

17/03 – Quinta-feira – 16h às 18h30 / Laboratório de Redação V (3º andar)
Rodada Hacker (Atividade aberta apenas para alunas)
A oficina trabalha conceitos básicos de programação para incentivar as mulheres a se voltarem para o mundo da computação.

17/03 – Quinta-feira – 19h30 / Teatro Cásper Líbero
Mesa: Ciberativismo Feminista
Debate o ativismo do movimento feminista nas redes sociais.
Convidadas:
Maynara Fanucci (Criadora do Empodere Duas Mulheres)
Babi de Souza (Jornalista, criadora da campanha “Vamos Juntas?”)
Stephanie Ribeiro (Estudante de arquitetura da PUC-Campinas, feminista e ativista negra);
Mediação: Profa. Dra. Michelle Prazeres (Jornalista, mestre em Comunicação e Semiótica, doutora em Educação e professora da Faculdade Cásper Líbero)

Público

Alunos de todos os cursos da Faculdade Cásper Líbero e demais interessados em acompanhar as palestras.
Inscrições para público externo: Envie previamente, um e-mail com seu nome, RG e nome da instituição que representa para:eventos@fcl.com.br. Feito isto, aguarde a confirmação de inscrição.

sábado, 12 de março de 2016

Onde os fracos não têm vez

No artigo neste link aqui (em inglês), utilizo os insights da teoria da escolha racional para entender a consolidação do poder do ditador haitiano François Duvalier, no Haiti, nos anos 1960 e 1970. A questão que me coloco é: como foi possível que um político que não era poderoso, pelo menos não tanto quanto a soma de poder de seus oponentes, que controlavam setores importantes do exército, foi capaz de vencer seus oponentes e estabelecer um regime autoritário centralizador? Por que os oponentes não colaboraram e o eliminaram antes, se ele era uma ameaça?


Vocês verão que há toda uma discussão matemática (formal) envolvida para indicar a probabilidade de jogadores não colaborarem quando estão ameaçados, mesmo quando a colaboração é a única forma possível de vencer o jogo. As regras do jogo estratégico aqui levam em consideração duas características que não encontramos no Dilema do Prisioneiro, tornando-o de certo modo um jogo menos simples: um ambiente onde as informações são incertas e há sequências de ações (jogador 1 tem a primeira rodada, daí é a vez do jogador 2).

Abaixo, a representação formal desse jogo estratégico, no formato conhecido como "jogo estendido".

quarta-feira, 9 de março de 2016

Dúvida de estudante sobre Projeto Commons

Reproduzo aqui uma dúvida, que me foi enviada por correio eletrônico, cuja resposta pode ser útil para outros estudantes.

Dúvida
Tenho uma dúvida referente ao trabalho (mais especificamente na hora de postar a foto):
Você tinha dito que devemos colocar na descrição da foto os elementos presentes nela e também o contexto em que ela foi tirada; mas ao falar do contexto, não estaríamos dando um spoiler para a pessoa que vai analisar a foto? 

Resposta
A descrição tem de conter uma descrição sumária do que está colocado na foto, por exemplo, Protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, e o contexto diz respeito ao local e a situação em que a imagem foi tirada, por exemplo, Fotografia tirada na esquina da Av. Paulista com a R. Augusta, em 12 de março de 2016. A ideia não é dar spoiler, não!



terça-feira, 8 de março de 2016

Leituras para 22-23/3

Estão aqui as leituras para a aula sobre "A propriedade privada e a alternativa comuns". São dois textos.

-- Yochai Benkler, "Saber comum: produção de materiais educacionais entre pares". Disponível aquiApenas as p. 13-19 e 27-33.
-- João Alexandre Peschanski e Daniel Bin, "Origem do capitalismo e propriedade privada". Disponível aqui.

Yochai Benkler é um dos principais teóricos da alternativa ao capitalismo. Seu principal livro, The Wealth of Networks (A riqueza das redes), tornou-se uma referência importante tanto nas ciências sociais quanto na produção econômica não capitalista, como o software livre.

Yochai Benkler, em 2007. Fonte: Joi Ito/Wikimedia Commons


Aqui vai o link para uma entrevista que ele concedeu em 2009 à revista Época:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT53938-15228,00.html

Aqui vai o link para uma palestra curta, no formato "TED talk", em inglês:
http://www.ted.com/speakers/yochai_benkler

Aqui vai o link para o livro The Wealth of Networks, em inglês, distribuído pelo próprio autor. A tradução para o português é feita de modo cooperativo, e o link também segue:
http://www.benkler.org/Benkler_Wealth_Of_Networks.pdf
http://cyber.law.harvard.edu/wealth_of_networks/A_Riqueza_das_Redes_-_Cap%C3%ADtulo_1

domingo, 6 de março de 2016

Fernando Henrique Cardoso: sobre as regras do jogo do Brasil de Dilma

Cartas na mesa
Fernando Henrique Cardoso
06 Março 2016 | 03h 01
É preciso abrir o jogo: não se trata só de Dilma ou do PT, mas da exaustão do atual arranjo político brasileiro. E mais: o que idealizamos na Constituição de 1988, cujo valor é indiscutível, era construir uma democracia plena e um país decente, com acesso generalizado à educação pública, saúde gratuita e previdência social. Mais ainda, acesso à terra para os que nela precisassem trabalhar, bem como assistência social para os que dela necessitassem. A execução desse programa encontra dificuldades crescentes porque a estrutura estatal é burocratizada e corporativista. E também porque a sociedade não quer e não pode pagar cada vez mais tributos quando os gastos não param de se expandir.
Era inevitável que nos encontrássemos nesta situação? Não. Contudo, para evitar a crise do sistema de partidos e da relação Executivo- Legislativo, teriam sido necessários, no mínimo, os contrapesos da “lei de barreira” e da proibição de alianças partidárias nas eleições proporcionais, restrição aos gastos de campanha e regras mais severas para seu financiamento.
Mas não é só. A má condução da política econômica tornou impossível ao governo petista seguir oferecendo os benefícios sociais propostos, senão pagando o preço da falência do Tesouro. Não me refiro às bolsas, que vêm do governo Itamar, foram ampliadas em meu governo e consolidadas nos governos petistas: elas são grãos de areia quando comparadas com as “bolsas empresário” oferecidas pelos bancos públicos com recursos do Tesouro. Sem mencionar o grau inédito de corrupção, azeite que amaciou as relações entre governos, partidos e empresas e deu no que deu: desmoralização e desesperança. Oxalá continue a dar cadeia também.
Diante disso, como manter a ilusão de que as instituições estão funcionando? Algumas corporações do Estado, sim, se robusteceram: partes do Ministério Público e da Polícia Federal, segmentos do Judiciário, as Forças Armadas e partes significativas da burocracia pública, como no Itamaraty, na Receita e em algum ministério, ou no Banco Central. Entretanto, no conjunto, o Estado entrou em paralisia, não só o Executivo, como também a burocracia e o Congresso. Este pelas causas acima aludidas, cuja consequência mais visível é a fragmentação dos partidos e a quase impossibilidade de se constituírem maiorias para enfrentar as dificuldades que estão levando ao desmonte do sistema político.
Nada disso aconteceu de repente. Repito o que disse em outras oportunidades: na viagem que a presidente Dilma fez em 2013 para prestar homenagens fúnebres a Mandela, acompanhada por todos os ex-presidentes, eu mesmo lhes disse: o sistema político acabou; nossos partidos não podem ou não querem mudar; busquemos os mínimos denominadores comuns para sair do impasse, pois somos todos responsáveis por ele. Apenas o presidente Sarney se mostrou sensível às minhas palavras.
Agora é tarde. Estamos em situação que se aproxima à da Quarta República Francesa, cujo fim coincidiu com os desajustes das guerras coloniais, tentativas de golpe e, finalmente, a solução gaullista. Aqui as Forças Armadas, como é certo, são garantes da ordem, e não atores políticos. É hora, portanto, de líderes, de pessoas desassombradas dizerem a verdade: não sairemos da encalacrada sem um esforço coletivo e uma mudança nas regras do jogo. A questão não é só econômica. Sobre as medidas econômicas, à parte os aloprados de sempre, vai-se formando uma convergência, basta ler nos jornais o que dizem os economistas.
Mesmo temas sensíveis, nos quais ousei tocar quando exercia a Presidência e que caro me custaram em matéria de popularidade, voltam à baila: no âmbito trabalhista, como disse o novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Gandra Martins, citando como exemplo o Programa de Proteção ao Emprego, comecemos por aceitar que o acordado entre os sindicatos prevaleça sobre o legislado, desde que respeitadas as garantias fundamentais asseguradas aos trabalhadores pela CLT. Enfrentemos o déficit previdenciário, definindo uma
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,cartasna-mesa,10000019754
1/2

3/6/2016 Cartas na mesa - Opinião - Estadão
idade mínima para a aposentadoria que se efetive progressivamente, digamos, em dez anos. Aspiremos, com audácia, a que um novo governo, formado dentro das regras constitucionais, leve o Congresso a aprovar algumas medidas básicas que limitem o endividamento federal, compatibilizem o gasto público com o crescimento do PIB e das receitas e melhorem o sistema tributário, em especial em relação ao ICMS.
Dentre as medidas fundamentais a serem aprovadas, a principal é, obviamente, a reformulação da legislação partidário-eleitoral. O nó é político: eleições com a legislação atual resultarão na repetição do mesmo despautério no Legislativo. Há que mudar logo a lei dos partidos, restringindo a expansão de seu número e alterando as regras de financiamento eleitoral, para evitar a corrupção. Por boas que tenham sido as intenções da proibição de contribuição de empresas aos partidos, teria sido melhor limitar a contribuição de cada conglomerado econômico a, digamos, x milhões de reais, obrigando as empresas a doar apenas ao partido que escolherem, e por intermédio do Tribunal Superior Eleitoral, que controlaria os gastos das campanhas. A proibição pura e simples pode levar, como ocorreu em outros países, a que o dinheiro ilícito, de caixa 2 ou do crime organizado, destrua de vez o sistema representativo.
Ideias não faltam. Mas é preciso mudar a cultura, o que é lento, e reformar já as instituições. É tempo para que se verifique a viabilidade, como proposto pela Ordem dos Advogados do Brasil e por vários parlamentares, de instituir um regime semiparlamentarista, com uma Presidência forte e equilibradora, mas não gerencial.
Só nas crises se fazem grandes mudanças. Estamos em uma. Mãos à obra.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO É SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA 

sexta-feira, 4 de março de 2016

8-9/3: Evento: Religiões, Intelectuais e Mídias: posições diante do terrorismo

Nas aulas 8 e 9 de março, a presença no evento "Religiões, Intelectuais e Mídias: posições diante do terrorismo" é obrigatória e será anotada no diário de classe. Copio abaixo a descrição da atividade, disponível aqui.

Conferência Internacional – Religiões, Intelectuais e Mídia: Posições diante do Terrorismo

Teatro Cásper Líbero

Data
Dias 8 e 9 de março de 2016
Horários
Horários conforme a programação

Descrição

O Centro Cultural Brasil-Turquia e a Faculdade Cásper Líbero organizam a Conferência Internacional –Religiões, Intelectuais e Mídia: Posições diante do Terrorismo em parceria com IEA-USP (Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo), PUC-SP (Pontíficia Universidade de São Paulo - Faculdade de Ciências Sociais), IH-UFRJ (Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro), FAPCOM (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação) e CENEGRI-UNIP (Centro de Estudos em Geopolítica e Relações Internacionais da Universidade Paulista).
Os ataques terroristas de diversas formas e em todas as partes do mundo tem se tornado uma constante dentre os destaques na mídia. Mas qual o motivo de tanta violência? Praticados por pessoas, grupos ou mesmo governos escondem, entre suas motivações, ideologias e interesses particulares. O objetivo do evento é promover um debate sobre as causas e consequências do terrorismo ao redor do mundo, focando o papel das mídias, das religiões e dos intelectuais diante desse fenômeno.
A conferência contará com tradução simultânea para português, inglês e árabe. Confira a programação:

8 de março (quarta-feira)

Cerimônia de Abertura
08:30 - 08:40 Boas-vindas do Prof. Dr. Carlos Roberto da Costa: Anfitrião, Diretor da Faculdade Casper Libero
08:45 - 08:55 Boas-vindas do Prof. Bernaro Sorj: Em nome do Conselho Acadêmico da Conferência
09:00 - 09:20 Keynote Speaker: Mario Sergio Cortella

Mesa de mídia: Mediador 
09:30 - 09:45 Lourival Sant'Anna
09:45 - 10:00 David Perlmutter
10:00 - 10:15 Sevgi Akarçesme
10:15 - 11:15 Debate com público

Intervalo de almoço

Mesa de intelectuais: Mediador Roberto Chiachiri
14:50 - 15:05 José Renato Nalini
15:10 - 15:25 Peter Demant
15:30 - 15:45 Kerim Balcı
16:00 - 17:00 Debate com público

9 de março (quarta-feira)

08:30 Abertura

Mesa de religiões: Mediador Fernando Altemeyer Jr.
09:00 - 09:15 Rev. Dirk Ficca
09:15 - 09:30 Dom Odilo Pedro Scherer
09:30 - 09:45 Michel Schlesinger
09:45 - 10:00 Samir Boudinar
10:00 - 10:15 Suleyman Eris
10:30 - 11:30 Debate com público
11:30 - 11:45 Apresentação cultural

11:45 - 12:00 Encerramento da conferência: Mustafa Goktepe

terça-feira, 1 de março de 2016

Slides da aula de 1-2 de março

Seguem aqui os slides da aula onde definimos as instituições do capitalismo, com defesas e críticas desse modo de organizar a economia.


Por favor, avisem-me por email: japeschanski@casperlibero.edu.br , se estiverem com problema para ver esse ou outro documento colocado no blog.

Até a semana que vem!

Evento sugerido: RODA DE CONVERSA – “AS SUFRAGISTAS”


 
                               Logo_Frente_Feminista


Dando início às atividades vinculadas ao
Mês da Mulher, a
Coordenadoria de Cultura Geral e a
Frente Feminista Casperiana Lisandra
convidam os alunos da Faculdade Cásper Líbero para a

RODA DE CONVERSA
– “AS SUFRAGISTAS”
3 de março
das 15h30 às 18h30
Sala Aloísio Biondi

Com Carla Vitória Oliveira Barbosa (MMM)
Helena Capriglione Zelic (MMM)
Bianca Santana (Casa da Lua)


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